Ao cineasta que eu sinto falta.

Como se tivéssemos mudado uma história
Julieta ficou com outro cara qualquer e deixou Romeu.
Naquele dia, você sentiu algo diferente,
Sabia que podia acontecer.
Mas você escondeu assim como eu o seu desejo estranho
Quando você pôde, não rejeitou
Talvez por ser carnal
Um prazer carnal
Mas você sabe, tão bem quanto eu
Que não é tudo assim.
Quando te pergunto coisas sem sentido
Quando te falo conclusões filosóficas
Entrego-me, você sabe o que eu sinto
Como um casal qualquer, um homem e uma mulher
Mas nós não somos só isso
Não podemos ser um casal
E nenhum compromisso.
Você sente medo de me magoar mas não sabe se encontrar
Faz me estontear, com teus beijos e o gosto de noite.
Será que você não sente o mesmo?
Não estamos nos envolvendo?
Devemos ter medo?
Acho que não. Acho que não.
Não devíamos ter medo de sentir algo tão bom.
Talvez você nem saiba do que eu estou falando.
Talvez saiba mas se ausente agora, que mudamos de lado.
Você deve gostar dela.
Acho que é isso, eu seria apenas a “outra” que você não queria magoar.
Tem coisas que não saem da minha cabeça
como teu gosto e teu cheiro
Seu perfume carpe diem, “viva a vida”, e teus atos inocentes e medrosos
É tão dúbio. Você não saber negar teu medo.
Mas eu vejo além e algo me convém
Mas que droga de pieguice que eu tenho,
Sei que tuas frases são teatros, mas não saem da minha cabeça
“eu mandei você morar longe de mim?”
Dizem-me que você quer, mas não dá pra saber
Se é simplesmente por eu ser uma mulher
E por prazer carnal
Frio e meramente carnal.
Eu quero um pouco mais, me dá uma tarde a mais.
Por favor. Era tão bom estar, e simplesmente estar, com você cineasta.